segunda-feira, 27 de maio de 2013

                                                              O Auto


Auto é uma designação genérica para textos poéticos normalmente em redondilhas. O termo é específico do espanhol e do português, referindo-se de início a toda obra teatral, especialmente às de caráter religioso. Do século XV em diante a palavra se limita às peças em versos (normalmente em redondilhas), em um ato (auto), e de caráter predominantemente religiosos, embora existam obras de temática profana e satírica (as farsas), sempre com preocupações moralizantes. Os personagens encarnam abstrações ou ideias puras (e até atributos divinos), para serem representadas em solenidades cristãs. Com o surgimento de grandes autores, o “auto” transcendeu essa finalidade, tornando-se gênero autônomo e de alto significado literário.
O mais antigo auto, conhecido, é o de "los Reyes Magos", talvez escrito no século XIII. Juan Del Encina e Torres de Naharro são considerados, no final do século XV, os criadores do teatro (auto) espanhol. Um dos autos mais famosos é o "Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação", de Gil Vicente.
O auto, no Brasil, foi cultivado pelo Padre José de Anchieta, em seu trabalho de catequese.
Modernamente, especialmente no nordeste, encontramos textos notáveis que revelam certa influência medieval. É o caso do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. O poeta Joaquim Cardozo escreveu um belo auto de Natal, De Uma Noite de Festa. Em ambos é conservado o espírito religioso tradicional, mas os personagens são popularizados e a tradição folclórica é aproveitada. Poderíamos também citar o Auto de Natal Pernambucano (mais conhecido como Morte e Vida Severina) e Auto do Frade, ambos de João Cabral de Melo Neto. No campo da música popular, o Auto da Catingueira, de Elomar Figueira Melo. 

                                 
                                                                        A Farsa  


O Farsesco ou Farsa é um gênero dramático predominantemente baixo cômico, de ação trivial, com tendência para o burlesco (cômico; ridículo). Inspira-se no cotidiano e no cenário familiar e é o mais irresponsável de todos os tipos de drama.

Caracteriza-se por seus personagens e situações caricatas. Se distingue da comédia e da sátira por não preocupar-se com a verossimilhança nem pretender o questionamento de valores. Busca apenas o humor e, para isso, vale-se de todos os recursos; assuntos introduzidos rapidamente, evitando-se qualquer interrupção no fio da ação ou análises psicológicas mais profundas; ações exageradas e situações inverossímeis.

Sua estrutura e trama são baseadas em situações em que as personagens se comportam de maneira extravagante, ainda que pelo geral mantêm uma quota de credibilidade. Seus temas e personagens podem ser fantásticos, mas podem ser críveis e verossímios.

Embora existam elementos farsescos nas comédias de Aristófanes e Plauto, a farsa originou-se nos mimos medievais. Recorre a estereótipos (a alcoviteira, o amante, o pai feroz, a donzela ingênua) ou situações conhecidas (o amante no armário, gêmeos trocados, reconhecimentos inesperados).

Surgiu em meados do Século XII com o Teatro Medieval e suas divisões: o Teatro Sacro (tratava de milagres, autos, moralidades e mistérios) e o Teatro Profano (Farsas). Nas representações profanas usavam-se as "farsas", os "arremedos burlescos", que tinham o objetivo de arrancar gargalhadas do público.

                                              
                                                                A Comédia 


Comédia é um tipo de gênero teatral que tem por objetivo criticar, satirizar a sociedade e o comportamento humano através do ridículo. A comédia visa provocar o riso, o prazer e a diversão.
Surgiu dos cantos feitos em homenagem a Dionísio ou Baco.Ao final do inverno organizavam-se festins da Primavera em louvor de Baco, o deus do vinho, e da inspiração poética: em procissão conduzindo um enorme fálus [figura que representava a parte sexual de Baco, como símbolo de geração da natureza], em andor; o povo entoava cânticos gratulatórios, entremeados de dança e consumo de álcool. Com o tempo, supõe-se que os cantos adquiriram tonalidade cômica ou mesmo satírica e suscitassem movimentos cômicos, livres e desordenados. Por fim, algum poeta resolveu agrupar as manifestações orgiásticas numa peça única, que sofrendo sucessivos aprimoramentos, viria transformar-se na comédia, cuja aparição oficial se daria em 486 a.C. 

1) Comédia Antiga, em que se misturavam assuntos políticos e sociais. Destaca-se, nesta fase, o dramaturgo Aristófanes.
2) Comédia Mediana, de assunto mitológico ou puramente literário, no início e, mais adiante, social. Destacam-se como autores: Antífanes e Alex.
3) Comédia Nova, de assunto social, porém girando em torno das paixões, sobretudo o amor e dos costumes.

Em Roma, apesar da comédia não ter alcançado os níveis atingidos na Grécia, distinguiram-se os seguintes tipos de comédia:
1. Atelanas (fabulae atellanae), representada por peças populares, burlescas (caricatas, zombeteiras) e demasiadamente grosseiras. Sobressaíram como autores Pompônio e Nóvio.
2. Paliata (palliata comoedia), assim chamada pela vestimenta usada pelos autores. Seguia o modelo da comédia nova.
3. Togata (comoedia togata) caracterizada pelo uso da toga, uma vestimenta romana.